Cristianismo medieval produziu verdadeira conversão? by Rikk Watts

novembro 9, 2011

Li novamente a descrição de Andrew Greeley da imaginação católica como habitantes de um mundo encantado, das estátuas, água benta, velas votivas, sinos, medalhões e santos através do qual o Sagrado é visto à espreita em todos os lugares na criação. Como um historiador do primeiro século e do NT, fiquei imediatamente impressionado como soou familiar: é uma descrição perfeita da religião pagã. Eles também viram o Santo à espreita em todos os lugares, em cada simples árvore, pedra, em templos repletos de parafernália religiosa, sinos, velas, imagens, etc. Naturalmente a Bíblia fala sobre a presença, mas não deste jeito. O VT e o NT constantemente falam do espírito que habita no crente — que por si só é feito à imagem de Deus — nunca em coisas, uma ideia que Israel rejeita desde o início. Se existe uma profunda relação conceitual entre Animismo e Platonismo, então simplesmente substitua o Uno[FMG1]  por Deus… e não admira que haja grandes semelhanças. Como Don Lewis recentemente observou, o Catolicismo Medieval foi em grande parte animismo pagão revestido com um verniz de Neo-Platonismo Cristão que nunca realmente converteu a maioria da população. Eu acho que conheço muito bem a fé de Israel e o NT; nem Moises nem Jesus nem Paulo nunca falariam do mundo como encantado, nem da presença espiã da Santidade. Eles nunca veriam a criação participando de alguma maneira de Deus ou sendo divinizada. Pergunto-me então se o flerte do Cristianismo pós-apostólico com o Neo-Platonismo, pela aceitação da ideia fundamentalmente pagã de uma ligação entre a natureza e o ser de deuses/Deus, na verdade não prejudicou a verdadeira conversão?


 [FMG1]Não sei se esta seria a melhor tradução para o que Rikk quis dizer, mas foi a que achei que mais se aproximava do contexto.

texto publicado no Facebook por Rikk Watts (http://www.facebook.com/RikkW)

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