Ovelha pensa? Ovelha, pensa!

maio 16, 2013

(no Facebook)

Henrique Oliveira

  • “ovelha pensa”?

Fernando Guimarães Não é o que o pastor quer, mas pensa sim.

Henrique Oliveira E a ovelha animal do pasto?

Henrique Oliveira É levada para lugares e alimenta-se do que o pastor quer… Ela acaba não vivendo por conta … O que pensa amigo Fernando Guimarães

Vera Regina As ovelhas se perdem devido a sua própria despreocupação. Esquecendo tanto o rebanho como o pastor elas perambulam sem destino, tendo na mente nada mais do que a próxima moita de capim…rsrsr Não há pensamento em lobos ou profundos precipícios. Como isto espelha nos nossos modos ! srssr . Estamos meramente tão preocupados com os desejos e circunstâncias presentes que nos tornamos distraídos das conseqüências de nossas escolhas. Vidas vividas sem propósito tornam-nos peões de nossas paixões e, seja de propósito ou não, nos encontramos antes que o saibamos, longe de Deus, miseráveis em nosso desamparo e feridos. Tais ovelhas não representam os orgulhosos e os teimosos, mas os infelizes, aqueles que são rápidos em admitir sua própria estupidez e pecado mas, não obstante, são assim mesmo perdidos…falseando as interpretações.. Enquanto o céu perdoa, eles cospem seu desprezo. Enquanto o bom Pastor busca recuperar o rebanho espalhado, eles vivem para devastá-lo. É um quadro sombrio…A ovelha é um animal muito passivo e por isso torna-se presa fácil, por serem extremamente vulneráveis dependem muito das atenções do pastor.
Por sua grande dependência do pastor, a ovelha é um animal terno e afetivo. Isso explica por que muitos pastores são apegados às suas criações.
Quando uma ovelha se extravia, o pastor não se arrisca a ficar esperando que ela volte sozinha. Tem que sair à sua procura, pois ela se perde facilmente. A ovelha é um animal limpo e domesticado…e extremamente vulnerável….talvez não sinta necessidade de pensar…rsr

Henrique Oliveira Verá … Rs

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Não sou pastor de animais nem pastor de homens, muito menos filósofo credenciado. Apenas penso, ou tento usar da melhor forma possível este dom concedido pelo Criador (eu deveria chamá-lo de Fazedor, mais isto é uma outra história – http://fernando.osguimaraes.net/blog/?p=95).

A princípio eu diria que é perigoso estender demais uma metáfora. A metáfora é o uso de algo teoricamente conhecido para explicar em parte, ou ajudar a entender, algo que não seja tão natural ou óbvio. Por ser algo semelhante, não pode ser usado como definição e transferir todas as características para o objeto metaforizado. A metáfora deve ser entendida no contexto e extensão que foi proposta por quem a propôs.

A metáfora da ovelha para falar de nós é muito boa pelas semelhanças do modo dependente que nós nos inclinamos a viver, e todas as demais que a Vera (verdadeira) citou. Mas temos que parar no limite das diferenças entre nós e elas: o pensar. Deus nos fez pensantes, propositivos e as ovelhas instintivas, reativas. Nós tendemos a ser dependentes por estarmos no topo da cadeia de domínios, e precisarmos dar contas a alguém. Mas esta dependência deveria ser de Deus, o Bom Pastor, não de nossas próprias paixões, ou pior, das paixões de outros semelhantes.

Existem leis naturais que é impossível não cumpri-las, como a gravidade. Mas há leis naturais do homem, que temos o poder de escolher cumpri-las ou não. Isto não quer dizer que nos isentamos das consequências. Por exemplo: a preservação da espécie faz parte da Lei Natural Humana, mas podemos transgredi-la matando um semelhante sem motivo de fome, segurança ou da própria preservação da espécie; mentir e trair são valores contrários à Lei Natural Humana e no entanto mentimos e traímos todos os dias. Esta possibilidade de transgredir é resultado do nosso pensar. Só para pegar um exemplo clássico: Eva (sem a negativa de Adão) viu que a fruta era bonita, gostosa e boa para obter conhecimento (pensar?), e transgrediu a Lei de Deus que não era restritiva, mas apenas indicativa, porém determinista.

O que no fundo quero dizer com tudo isto é que mais do que pensar, nós somos responsáveis, pensando ou não (se fosse possível não pensar). A ovelha não é responsável pelo prejuízo do pastor se ela for comida pelo lobo ou cair no precipício, mas nós somos. Portanto não podemos nos esconder na metáfora do “ser conduzido” porque se seguimos, é porque decidimos seguir.

Mas temos uma boa notícia (em grego se diria evangelho). Se nos é impossível não pensar, e é pouco provável que só pensemos coisas boas, para as coisas não tão boas que pensarmos (e estaríamos fadados ao erro eterno), temos alguém, o Bom Pastor, que nos chama continuamente de volta para seu aprisco. E conhecemos a Sua voz. Ele não vai nos cobrar nada pelo que fizemos porque ele mesmo já pagou a pior das consequências dos nossos atos, que seria nos afastarmos eternamente dEle. Algumas consequências vamos sofrer, mas nada que não seja humanamente suportável.

Então, pensemos, sem medo ou culpa de ser feliz. Não sejamos como ovelhas que se deixam levar pelas outras. Tenhamos e defendamos opiniões, mesmo que depois nos encontremos errados. Nada de vergonhoso em mudar de opinião. Não somos e nunca seremos donos da verdade. Só assim poderemos discernir se o tal pastor está nos levando para casa ou para o matadouro.

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